A Quinta de S. Bruno foi uma importante propriedade rural, situada a norte da Vila de Sardoal, contígua ao Convento de Santa Maria da Caridade, hoje parcialmente abandonada, depois de dividida pelos herdeiros do Coronel Ernesto Carvalho Durão.
O solar e as edificações anexas, que não visito há alguns anos, aparentam algum estado de abandono.
Não sei em que estado se encontra a capela do solar, que visitei há muitos anos, da qual recordo um brasão ou um elemento similar pintado no tecto, com as letras JRXB, tanto quanto me recordo, que julgo corresponderem a D. Joana Rita Xavier de Bourbon.
A Quinta de S. Bruno pertenceu à família Moura e Mendonça até à morte de D. Francisco Manoel de Moura e Mendonça, que instituiu como herdeiro o Padre Gregório Pereira Tavares, cujos herdeiros a venderam a Manuel da Silva, casado com Joaquina Martins Teixeira de Andrade e Silva e pai, entre outros, do General Alberto de Andrade e Silva (ministro do Exército do Governo do Professor Marcelo Caetano) e sogro do Coronel Ernesto Carvalho Durão, pai da D. Luciana Durão. Após a morte do senhor Manuel da Silva, a Quinta passou para a posse do Coronel Durão, sendo, por morte deste, divida em três partes, uma delas já vendida.
Foi da Quinta de S. Bruno que foi desanexada uma parcela de terreno doada pelo Reverendo Cónego D. Francisco Manuel de Moura e Mendonça para ampliar a cerca do Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Sardoal, instalado no Convento de Santa Maria da Caridade, após a extinção deste em 1834.
Desconheço onde se encontra sepultada D. Joana Rita de Bourbon, sendo que no Convento apenas conheço as pedras tumulares de D. Bento de Moura e Mendonça e do Padre Gregório Pereira Tavares, directa ou indirectamente relacionadas com os Moura e Mendonça, para além do túmulo de D. Gaspar Barata de Mendonça.
D. Francisco Xavier de Mendonça e Brito, Fidalgo da Casa Real e Capitão-Mor da Vila de Sardoal (alcançou senhorio para si e seus filhos pelos serviços do seu irmão Pedro), casou com D. Joana Rita Xavier de Bourbon, natural de Alcobaça, filha de Manuel Pedro da Silva Fonseca e de D. Antónia Rita de Bourbon. É esta D. Joana Rita a primeira que encontro ligada aos Moura e Mendonça.
No testamento de D. Francisco Manuel de Moura Mendonça consta o seguinte:
«Deixo em legado a minha prima a Excelentíssima Dona Joana Rita Pereira da Silva, residente nesta Vila, uma tapada, denominada Fonte, no limite dos Valhascos, deste Concelho.
No testamento do Padre Gregório Pereira Tavares surge a seguinte referência:
«Dos Excelentíssimos Senhores Dom Joaquim José de Miranda Coutinho, Bispo que foi desta Diocese – Francisco Manuel de Moura e Mendonça e sua irmã Dona Joana Rita Xavier de Bourbon, todos os três meus benfeitores, por cada um cem.»
Sardoal – 2012