Não há festa com procissão
Onde a FUS não vá tocar
Aumentando a devoção
Com que o povo vai lá rezar
A vila do Sardoal, na sua Igreja Matriz
Tem dois santos padroeiros
Que fazem o seu orago
E segundo o povo diz
S. Mateus foi o primeiro
E só depois S. Tiago
O mártir S. Sebastião
Passa o ano infeliz
À espera da procissão
Em que o levam à Matriz
No Adro faz-se o leilão
Das fogaças e andores
Bolos, enchidos e pão
E às vezes outros sabores
A seguir a Vera Cruz
Para cumprir as tradições
Faz os Passos de Jesus
Parando para os sermões
No do encontro, na Praça
Jesus Cristo encontra a Mãe
Que chorando a sua desgraça
Segue com Ele também
Até ao alto do Calvário
Onde no fim do sermão
Abrem as portas do armário
Onde Cristo crucificado
Passa o ano inteiro fechado
Vem depois a Semana Santa
Com a Procissão dos Fogaréus
Onde a emoção é tanta
Que por vontade de Deus
E do Senhor da Misericórdia
Na noite escura como breu
Reina a paz e a concórdia
No enterro do Senhor
Onde impera o sentimento
A Virgem, no seu andor
Com profundo sofrimento
Segue o seu filho a chorar
Sentindo o pressentimento
De que vai ressuscitar
No domingo da Ressurreição
Caem colchas das janelas
Voam flores para o chão
E os anjos são as estrelas
O Senhor da Boa Morte
Fica no alto do Monte
Dá costas ao vento norte
Com o sul por horizonte
Bom Jesus rogai por nós
Para termos saúde e paz
É na Cabeça das Mós
Que a sua festa se faz
Quando chega a Pascoela
Uma festa muito bela
No Bodo do Espírito Santo
(inacabado)
Fevereiro de 2015