Com a devida vénia e por nunca ter sido publicado, apresentamos uma transcrição quase integral e em português actual das “Memórias Restauradas do Antigo Lugar e Vila do Sardoal”, escritas entre 1753 e 1775 pelo ilustre Sardoalense Jacinto Serrão da Mota:
Trata-se do trabalho mais importante e rigoroso que já vimos sobre a história do Sardoal antigo, escrito numa linguagem clara, mas ao mesmo tempo erudita, com alguns apontamentos que denotam uma sólida preparação literária e histórica. Conserva-se na forma de manuscrito no Arquivo Municipal.
Jacinto Serrão da Mota aparece indicado na “Biblioteca Lusitana” como Jacinto da Mota Serram. Nasceu no Sardoal a 28 de Março de 1705, onde faleceu em 1778. Militou alguns anos num Regimento de Cavalaria. No Sardoal, exerceu alguns cargos públicos entre os quais o de juiz ordinário. Foi avô de Máximo Maria Serrão, que foi Presidente da Câmara Municipal de Sardoal por diversas vezes entre 1860 e 1881. Era a sua morada nas casas contíguas à Capela de Santa Catarina, na actual Rua 5 de Outubro, antes Rua do Vale.
Também escreveu:
- “Poesias sérias e jocosas”, que intitulou Delicta juventutis mea” – manuscrito;
- “Destroços: Descrição poética de horrível tempestade, que em 15 de Outubro de 1773 experimentou o Reino de Portugal”;
- “Filosofia Política, Moral e Economia”, explicada por Dietas e deduzida por Máximas, reduzidas a três formas: do respeito, do interesse e da hipocrisia. – É em prosa.